[Treinos em Equipe] Team Zandrel

A empregada seguia as ordens de Zandrel e ia convocar Haschen. O rapaz ficou esperando por seu servo pacientemente, de pé, observando o pedido de ajuda enviado por seu amigo. Aos poucos ele detectava os passos de Haschen, estes que estavam bem mais silenciosos que àqueles da outra vez, indicando que o mesmo havia progredido consideravelmente. Ao ver o seu servo próximo a si, Zandrel diz-lhe:
— Quando você era humano não possuía nenhuma propriedade mágica. Nada além de um físico acima do limite de sua espécie e um certo anseio por tornar-se poderoso. Agora você é um reencarnado. Um demônio. Não sente algo diferente? Você ainda não manifestou sua magia, nem mesmo seu par de asas.
Zandrel fechava ambos os olhos e se concentrava. Aos poucos sua aura rubra manifestava-se em seu corpo criando um manto de Chamas da Destruição, sua aura do Poder da Destruição característica. O castelo estremecia por um instante e, logo após, Zandrel retinha seu poder mágico novamente fazendo seu poder desaparecer.
— Você foi capaz de sentir algo além do tremor. Você tem conhecimento sobre as criaturas mágicas e magias. Você sabe o que você é, ainda sim, não manifestou nenhum poder desde então além do físico. Você precisa usar seu Poder da Imaginação, Haschen. É através dele que você irá descobrir sua própria magia e manifestar seu verdadeiro poder. Não existe um atalho para que você desperte sua habilidade, deve despertá-la por si mesmo enxergando seu interior. — Afirmou Zandrel caminhando até um círculo mágico no centro do Salão. — Nós estamos partindo em uma missão para ajudar um conhecido meu. Criaturas mágicas estão atacando cidadãos de uma aldeia nas Terras Gélidas. Estamos encarregados de exterminá-las.

Zandrel ativava o círculo mágico após seu servo entrar no campo ativo do mesmo. Ambos passavam a ser teleportados magicamente para o vilarejo do amigo de Zandrel, situado nas Terras Gélidas. Uma forte ventania ocorria no local assim que eles chegaram ali. Uma nevasca estava ocorrendo, fator que diminui a visibilidade e mobilidade de ambos. Zandrel já havia treinado em terras gélidas em outra situação, seu corpo não sentia mais os efeitos de andar sobre a neve e, portanto, não foi influenciado em mobilidade por conta do terreno.
Ele olhou para Haschen encarando-o seriamente. O fato do jovem ter feito aquelas perguntas de certa forma o incomodou um pouco. Por mais que ele mesmo tenha citado os setenta e dois pilares outrora, não devia dar certos tipos de satisfação a seu servo.
— O que eu posso criar através da minha magia? A resposta é óbvia: Destruição. Agora, sobre os setenta e dois pilares... Esse assunto não é de respeito a um recém-encarnado, mesmo que seja um Bael. Se está tão curioso para saber do que se trata, vá até a biblioteca do castelo depois que acabarmos com estas criaturas. Não me faça perguntas a respeito disto, estude por conta própria, aprenda por conta própria. — Disse Zandrel rudemente.

O vilarejo parecia já estar completamente destruído não demonstrando sinal de vida. Ao olhar em volta tanto o rapaz quanto Haschen avistavam duas criaturas mágicas atacando os aldeões do vilarejo. Haschen fora mais rápido e partiu em direção a uma das criaturas em alta velocidade. Zandrel havia deduzido que o rapaz sentiria certa dificuldade em andar sobre a neve, porém foi surpreendido. Provavelmente ele já havia feito o mesmo tipo de treinamento que seu mestre, tendo a proeza de mover-se livremente no terreno.
— Estes são os famosos "Abomináveis Homens das Neves" dos humanos, em? Essa criatura de certo deve ter um nome verdadeiro que não seja este. Estes aldeões estão encrencados... Tenho que me apressar. — Pensou Zandrel focando-se na criatura à esquerda de Haschen.
O homem das neves rugia furioso fazendo longos balanços não coordenados contra os aldeões,a gindo como um primata selvagem. Zandrel via que aquelas pessoas estavam correndo sério perigo e impulsionou-se na neve correndo em direção a seu oponente. Em questão de menos de 2 segundos atravessou os 100 metros de distância ficando atrás da criatura e, aproveitando-se da brecha dada por esta, saltou e aplicou uma cotovelada na nuca da mesma.
A criatura caiu contra a neve com o impacto do golpe demonstrando que era efetivo atacar naquela região. Descontrolada ela socava a neve enquanto sua pelugem branca tornava-se vermelha e sua pele anegrava-se gradualmente. Ao levantar-se da neve, a criatura mostrou seu tamanho. Parecia ter mais que 2 metros. Sua expressão era furiosa. Ela focou em Zandrel encarando-o e rugiu no intuito de intimidá-lo.
— Oh... Parece que você não é um qualquer. Pois bem. Me entretenha, macaco. — Disse ele em um tom sarcástico.

O "macaco" demonstrava imensa raiva contra seu oponente. Zandrel percebia o desejo de matar emanado por esta criatura mágica. Criaturas nem sempre são hostis, as de terra gélida raramente se envolviam com humanos: Viviam isoladas em cavernas gélidas longe de qualquer sinal de civilização. O jovem Bael percebera que algo além estava justificando o ato destas. Algo que ele e seu servo nem cogitaram em descobrir.
Sem muito tempo para ficar pensando na situação, o "Homem das Neves" girava igual a um pião com ambos os braços estendidos. Era uma espécie de ataque tornado com um alcance gigantesco e a neve contribuía ao ataque limitando a visão de Zandrel. Sagaz, Zandrel recuou sem pensar duas vezes ficando 12 metros distante de sua posição original.
— Ele está girando muito rápido, não há como pará-lo por cima. Tenho que encontrar um meio de acalmar os pés de valsa desse mosntro... — Pensou.
Zandrel virou-se e começou a correr até Haschen. Ele tinha um plano em mente, semelhante ao que fizeram tempos atrás contras as armaduras 99 e 100. Ele se lembrava das consequências que aquilo causou da outra vez, mas decidiu arriscar uma vez mais.
— Haschen! Manobra cabeça de lata, agora! — Exclamou esperando que seu servo entendesse a referência.

Ele ficava cada vez mais próximo de seu servo. Ele demorava para captar a mensagem mas parecia já ter entendido a estratégia, o que diminuía os riscos de um acidente desta vez. Zandrel, estando a cerca de 5 metros de distância, invocava suas asas e preparava-se para voar. Quando faltavam 5 metros o demônio pôs-se a voar para os céus escapando do ataque que o oponente de Haschen estava a realizar.
Zandrel limpou o rosto secando uma gota de suor que escorria de sua testa. Ele estava relativamente nervoso com receio de se acidentar novamente por conta desta tática. Felizmente a velocidade atual do rapaz fora o suficiente para fazê-lo ir aos céus sem receber nenhum golpe. Tendo uma visão aérea bastante ampla o rapaz via o espírito que estava girando feito um peão colidir diretamente com aquele que estava lutando contra Haschen fazendo-o voar para longe e bater em uma das casas quebrando sua estrutura e fazendo-a desmoronar sobre ele. O poder físico do "Homem das Neves" vermelho era muito superior ao do comum e sua fúria implacável. Quando a criatura viu que Zandrel estava nos céus começou a socar a neve com grande voracidade e rugir simultaneamente, como se estivesse chamando o demônio para o combate no solo.
— Se ele continuar causando gritos e tremores pode provocar uma avalanche e destruir o vilarejo inteiro. Não teríamos como salvar todos os habitantes e falharíamos em nossa missão. Eu terei que enfrentá-lo sem utilizar minhas asas. — Pensou Zandrel pousando a 30 metros de distância de seu adversário.

Zandrel focava-se somente em seu oponente acreditando que as habilidades de Haschen eram auto-suficientes para lutar contra seu adversário, mesmo que sem nenhuma folga. O poder e voracidade de um "Homem das Neves" era completamente desproporcional ao outro, ficando claramente visto na cena anterior cujo o branco foi arremessado longe sem nenhuma dificuldade. O Bael sabia que não devia subestimar seu oponente. Criaturas mágicas são temíveis e algumas liberam poder oculto quando irritadas.
A criatura via Zandrel pousar e partia em direção ao mesmo em alta velocidade. Zandrel estimava que a velocidade daquela criatura era bem próxima da dele, talvez um pouco mais veloz que seu aprendiz Haschen, ao notar que ele atravessava os 30 metros de distância em um único mísero segundo. O Bael, já focado, preparava-se para atacar a criatura antes que fosse tarde demais.
— Você é bem rápido, mas vamos ver se é tão resistente quanto parece... Banished Dragon Blast!
O demônio mirava em seu adversário com grande concentração liberando sua magia em menos de um segundo. O "Homem das Neves" avançava ferozmente contra o ataque de Zandrel e o recebia de peito aberto sem sequer cambalear e, simplesmente, continuava avançando contra este. Ao estar relativamente próximo, a criatura salta e durante a queda junta ambos os braços para tentar golpeá-lo. Zandrel via todo o movimento, porém, o impulso dado pelo "macaco" era drasticamente veloz e mesmo que sua velocidade fosse superior seu tempo de reação, por conta da magia, estava comprometido e não daria tempo de se esquivar.
— Droga, não vai dar tempo!
Zandrel cruzou ambos os braços e os colocou a frente de sua testa em uma tentativa de defender o ataque da criatura. O balanço poderoso do "Homem das Neves" atingia a defesa de Zandrel em cheio e o impacto do golpe levantava a neve que estava no solo ao ponto de rochedos poderem ser vistos no solo. Tão estrondoso era o impacto que alguém a mais de um 1 km poderia ouvi-lo. Zandrel era empurrado 10 metros após o ataque. Ele permanecia naquela posição enquanto a neve começava a ficar vermelha. Seus braços estavam roxos e sangue escorria por sua testa. Mesmo que o golpe tivesse sido defendido, o dano causado tinha sua eficácia máxima.

Os braços de Zandrel formigavam incessantemente e adormeciam. O Bael não conseguia movê-los e permaneceu com eles cruzados por vários segundos. Parecia que ele havia desmaiado com o ataque, afinal, sua cabeça também tinha recebido a pancada, mesmo que mais amaciada por conta dos braços. O "Homem das Neves" batia em seu peito assim como um gorila, demonstrando sua força e ferocidade, indicando que ele se sentia o rei da selva gélida. Aos poucos Zandrel ia abaixando seus braços demonstrando que sua testa de fato havia sido ferida e sangue escorria pelo seu rosto. Ele dava um sorriso para a criatura, mostrando empolgação perante a situação.
— Que força e velocidade monstruosa... Se ao menos houvesse um pingo de inteligência certamente seria aceito por minha peerage. Infelizmente, embora todo esse poder massivo, você age apenas como um animal e age sem razão. Não seguiria estratégias. Provavelmente não seria sequer um bom mascote... É uma pena, você tem potencial. Condene-se por ser da sua espécie. — Tentou dizer Zandrel, conseguindo apenas sussurrar.
Zandrel invocava sua Aura da Destruição concentrando uma grande quantidade de poder mágico. O solo começava a estremecer e pequenos rochedos se desprendiam do solo do vilarejo. A neve formava rachaduras pequenas que iam se estendendo gradualmente. A manifestação de poder do Zandrel estava começando a causar um terremoto, o que poderia gerar uma avalanche gigantesca e ser fatal para todos. Sua empolgação o fazia esquecer de quão sensível era a área e seus pensamentos já estavam longe de raciocinar sobre os riscos. A criatura começava a correr na direção do Bael rapidamente preparando outro ataque poderoso.

A aura de Zandrel aos poucos começava a se aglomerar em seu braço direito inibindo a manifestação no resto de seu corpo. Os olhos do rapaz estava com um certo brilho e sua expressão era de sadismo puro. Ele tinha sede por sangue e queria finalizar de uma vez aquela criatura. Com base em seu ataque anterior ele tinha conhecimento de certa resistência mágica. O corpo da criatura decerto tinha algum poder que sobrevalia a magia. Analisando a situação e vendo que o chão estava rachado ocorreu-lhe uma ideia: Fazer com que o monstro fosse soterrado em escombros debaixo da vila. Ele sabia que seu oponente era incapaz de voar e se enfurecia quando Zandrel o fazia.
— Ele ficou parado olhando para mim da última vez... Provavelmente terá o mesmo tipo de atitude e ficará esperando que eu desça, mas, desta vez, ele irá perecer antes de me ver pousar. — Pensou.
O "Homem das Neves" avançava em alta velocidade novamente. Zandrel abria suas asas e, usufruindo de toda sua velocidade, tomou impulso para atingir 10 metros de altura mais rápido que um piscar de olhos. A criatura, ainda crente de que ele estava no mesmo lugar por não ver seu movimento, saltou e realizou o mesmo ataque que acertou os braços do Bael anteriormente. O ataque acertava o solo aumentando ainda mais as rachaduras ao redor e fazendo um pouco de neve escorrer do pico da montanha ao lado. Zandrel sorria ironicamente, a criatura condenou a si mesma deixando o plano do rapaz mais que certo. Ele estendeu a palma da mão em direção ao solo, mirando próximo aos pés do "Homem das Neves" e não na criatura. A aura se concentrava na palma de sua mão formando um círculo mágico característico das técnicas do rapaz.
— É hora de dizer adeus, macaco. Banished Dragon Shot. — Sussurrou concentrando toda sua magia e lançando-a contra o solo.
Zandrel concentrou o dano de sua técnica em apenas um único dragão e lançou-o em seu alvo. O "Homem das Neves" girava sua cabeça olhando ao redor para tentar encontrar seu oponente rugindo enfurecidamente. O dragão acertava o solo e um gigantesco buraco se formava no chão "engolindo" a criatura para dentro de si. As rachaduras correspondiam a destruição daquele solo e se desprendiam caindo contra a criatura logo após ele atingir o fundo. Ele era soterrado, por cerca de 20 pés, e esmagado com os rochedos que ele mesmo causou.

Nome: Banished Dragon Blast
Tipo: Ataque
Rank: C
Dano: 500
Gasto: 200

Descrição: Ativando sua magia o usuário cria um círculo mágico de coloração avermelhada com 3 escrituras do alfabeto rúnico formando um triângulo imaginário — estes círculos representam as primeiras letras das 3 palavras da técnica (B-D-B) — que giram por um instante em torno de sua base (no caso, o círculo). Ao tocar a palma de sua mão no círculo, podendo alternar normalmente entre a  esquerda e direita, dependendo de sua vontade, o usuário tem toda a extensão de seu braço envolvida por uma aura rubra. A aura permanece em seu braço por um certo período e é a ativação da técnica. Quando o mago utiliza a técnica uma rajada mágica com poder de destruição é lançada na direção em que sua palma aponta de forma linear tomando a aparência de um dragão chinês rubro ou vários dragões pequenos da mesma espécie e mesma coloração. Os dragões ao entrarem em contato com seu alvo o transpassam e desaparecem causando uma explosão destrutiva instantes após. Objetos lançados podem causar a finalização da técnica caso a utilização seja de dragões ao invés de 1 único, porém, quando apenas um dragão é lançado estes são transpassados normalmente. Armas com propriedades mágicas ou técnicas de inimigos podem resultar na ativação da destruição caso seu poder seja igual ou superior.

Alcance e Velocidade: Alcance: 10 Metros | Velocidade: 10 m/s
Observação: O dano é dividido igualmente entre o número de dragões, ou seja, caso 8 sejam lançados o valor será repartido igualmente para as partes.
A duração de 2 postagens não se remetem aos dragões lançados e sim o tempo que a aura fica ativa no braço de seu usuário. Sendo assim a técnica pode ser "carregada" no braço de seu utilizador por 2 turnos tendo que ser lançada no último útil caso contrário seu cancelamento será ativado e o gasto de energia aplicado normalmente. Os dragões tem a vida útil de 1 turno.

Duração: 2 Posts

Zandrel observava o fim da luta de seu servo vendo a imensa brutalidade ocorrida ali. Mesmo para um demônio aquilo era um exagero de violência explícita, algo que ele certamente desaprovava como significado de indisciplina. Ao ver Haschen caminhar em direção a ele após terminar a luta, Zandrel pousou em frente a seu servo e recolheu suas asas. Sua testa ainda pingava sangue e seus braços permaneciam roxos. Por sorte a terra gélida era repleta de gelo que poderia ajudar tanto no inchaço quanto na influência sobre a perda de sangue.
— Digamos que ele mesmo se soterrou. O macacão só vai ver a neve em outra vida. Isso é, se alguém burro o bastante decidir reencarná-lo. — Alegou agachando-se e pegando um punhado de neve passando sobre a região roxa de seu braço esquerdo. Ele sentia um alívio imediato, embora movimentá-los ainda fosse uma tarefa um tanto quanto difícil.
Os aldeões se aproximavam aos poucos para checar se o fim da ameaça havia sido decidido. Ao ver ambos os demônios sãos e salvos espantaram-se com o fato de apenas dois jovens terem cuidado da situação. Para eles ambos eram humanos comuns, não haviam visto o uso de magia por conta da nevasca, muito menos toda a luta que se estendeu. Eles iam para suas casas após uma série de agradecimentos. A nevasca estava ficando cada vez mais forte e eles precisavam de um abrigo. Zandrel olhou para Haschen demonstrando a desaprovação de seus atos durante a luta pelo seu olhar. Ele caminhou até o centro da aldeia e o círculo mágico de teletransporte surgiu novamente.
— Por hora continue chamando-me de mestre. Terminamos o que viemos fazer aqui, retornaremos de imediato. Descanse para recuperar sua magia e não faça treinos por uma semana inteira. — Disse parando no centro do círculo.
Assim que ambos estivessem no círculo a magia teleportaria-os de volta ao Salão Central do castelo. Zandrel ia até uma maid e pedia a esta para chamar um dos médicos da família. Seus braços estavam muito inchados e precisavam de tratamento. Após ser devidamente tratado Zandrel seguia até seus aposentos para repousar.

Havia passado-se muito tempo desde o incidente com os "Abomináveis Homens das Neves". Zandrel aproveitou a "calmaria" para estudar o grimório de Zekram Bael as escondidas, aprendendo mais sobre todo o conceito do Poder da Destruição. A maestria de suas habilidades aumentava gradualmente ao ponto de equiparar-se com Azrah em conceitos mais simples como a manifestação da aura, ainda que no desenvolver de técnicas complexas que envolvessem moldagem não estivera em seu ápice.
Haschen havia ganhado a permissão para agir por conta própria por um tempo indeterminado que dependeria apenas da boa vontade de seu mestre e decidiu aproveitar para treinar e se fortalecer, algo que Zandrel aprovava veementemente. O jovem Bael, no entanto, não ficou atrás desenvolvendo seu mental ao invés do físico.
Acima da muralha que rodeava o castelo encontrava-se Zandrel, estudando, como de praxe, sua magia. O jovem sabia que mais estudo significava mais técnica, mas também era advertido por Azrah que o treino prático poderia destruir a si mesmo, então, apenas a teórica era revista por diversas vezes. Suas asas estavam abertas e o jovem ponhava-se a olhar para os céus rubros admirando a paisagem embora preferisse o azul. Seu longo suspiro dado vinha por diversas razões, a maior causa, no entanto, certamente era a falta de Illia.
— Mentiram para mim e me disseram que havia morrido... Não imagina o alívio que senti quando descobri que ainda estava viva... Ainda sim... — Sussurrou o rapaz melancolicamente.

O Bael bocejou enquanto ouvia seu servo dizer-lhe o que tinha em mente, como se estivesse fazendo deboche disto. Com a mão servindo de apoio ao seu queixo e uma expressão que parecia "abatida", Zandrel simplesmente sinalizou com a outra mão para Haschen sair de perto deste.
— Todo esse potencial e não consegue aprender a voar em tanto tempo sozinho? Patético Haschen. Outros demônios das diversas ramificações dos Bael já estão a sua frente e acabaram de ser encarnados. Se continuar assim nunca vai se tornar um Rank Médio, por mais hábil que seja. — Disse o mesmo em um tom baixo, mas não em sussurros.
As asas do rapaz surgiam aos poucos de forma crescente abrindo e encostando em Haschen que ainda estava por perto. Zandrel seguia até a ponta da muralha e dizia antes de se jogar dali:
— As asas são parte de seu ser, uma extensão de seu corpo dada como dádiva após reencarnar. São como seus braços e pernas. Você nasceu sem saber andar, aprendeu a engatinhar e depois disso foi se desenvolvendo até ser capaz de correr. Não há como pular os processos naturais. Uns aprendem a andar mais cedo, outros não.
Ele mergulhava contra o chão em grande altitude adquirindo velocidade rapidamente. Em um simples gesto de abrir as asas todo o processo de queda era retardado e o Bael passava a planar no local até atingir uma altitude próxima do solo. Ao alcançar a altitude mínima, voava em 50 m/s até a muralha.
— Essa, provavelmente, é a velocidade máxima que você consegue alcançar com base no que sei a seu respeito. Como pretende aprender a andar em tão pouco tempo? Saiba que eu já nasci com minhas asas, não sou um mestiço que tende aprender a lidar com isto. Não sou a pessoa adequada para ensinar, adquiri naturalmente tal habilidade.