Treinos Solos - Kuroka

 
“Quando anjos caem, as almas deles são corrompidas e são lançadas no local onde deveriam nunca sair... ” E com esse pensamento, Kuroka, a única garota Youkai de Kuoh, começou seu dia. Um dia em que, mal sabia ela, ela iria rever um demônio, mas não só isso, algo muito maior e mais doloroso iria ocorrer também.
 
Como sempre fazia quando acordava, Kuroka pôs seu café da manhã, sendo que era oito e cinquenta, ela estava um pouco atrasada, por causa de seu treino. Era um dia especial, pois ela iria começar a encarar algo que ela mesma pretendia nunca mais rever. Bem, ela havia acabado de comer suas panquecas de mel e, no momento, estava a escovar seus dentes. Depois de tratar de sua higiene pessoal, a mesma começou a vestir um vestido, que era aberto nos cantos, apenas ligado por alguns fios, já que era um tipo de espartilho, mas não só isso, a mesma também tinha que esconder uma pouco mais suas curvas, então pôs uma fita extremamente grossa para servir de cinta, esta sendo dourada, num vestido de estilo chinês cinza, que fazia a pele de Kuroka parecer muito mais branca que o normal, logo ela adorava.
 
Como uma Youkai com uma linhagem tão poderosa, uma Nekoshou de porte para ser princesa, em linguagem humana, Kuroka deveria ser muito mais forte do que era agora e deveria poder se encarar como uma Nekomata de nível alto. Ela não conseguia se encarar, pois ainda sentia a presença de seu pai e sua mãe, quando entrava no modo Nekoshou Nvl2, este era o modo o qual ambos mais usavam e, no dia que seu pai foi atrás de sua mãe para captura-la para um demônio nojento, ele estava a usar este modo, com suas duas caudas azul-marinho balançando enquanto sua mãe gritava com ele e fazia ele deixar Kuroka correr. Só se lembrando das cenas, a mesma já ficara mais fraca e desconcentrada, mas era superar isso que Kuroka estava ali, então a mesma se posicionou em frente ao local onde iria treinar.
 
Se alguém visse aquele local, jamais iria crer que ele servia para alguma coisa. Era um antigo prédio, no lado leste de Kuoh, que estava fechado, dentro dele há uma sala com espelhos e chão sujos. Sim, era uma sala para aulas de Ballet, mas por estar abandonada, a cor rosa das paredes já havia se tornado um tom salmão claro.  Para que Kuroka consiga controlar seus poderes e evoluir totalmente, ela precisa se livrar deste medo e desta lembrança que lhe causa dificuldades. Então, entrando em seu modo Shirone, Kuroka se senta em posição de lótus em frente a um espelho, que lhe mostra por completa. Concentrando-se no espelho a mesma libera uma aura meio roxa meio negra e, somente seus olhos de gato marfim-âmbar são vistos por ela, logo que essa aura é desfeita, a mesma se mostra em outra forma. Seu modo Nekoshou Nvl2 estava a mostra, mas ela não aguentou encarar por dois segundos, então ela deu pra trás, mas no mesmo momento ela começou a repetir, em voz alta, para si mesma: - Eu sou apenas eu. Eu não sou meu pai. Eu não causarei mal algum. –
E então ela ainda estava com o modo ativo, mas agora poderia se ouvir e podia se olhar, por mais que doesse e desse algum frio na espinha, Kuroka se manteve forte contra seus conflitos internos e pôs tudo o que a segurava naquele estado de criança medrosa para fora de si, liberando toda sua má aura, apenas ficando uma aura arroxeada e este ato fez com que Kuoka ficasse livre, porém em prantos, mas não lagrimas de triste, mas sim lagrimas de conclusão. Ela havia atingido um novo estado de seu cérebro, agora ela se controlava melhor do que qualquer momento em sua vida.
 
Kuroka, agora em um estado melhor de espirito e poder, decide iniciar uma segunda secção de seu treino, mas a mesma iria treinar a sua segunda secção em um local mais aberto. Na praça havia muitas pessoas, no bosque até que dá, mas ela não quer se arriscar, então ficaria para ultima opção, logo a mesma decide ir procurar locais andando, caminhando seria mais fácil ver, onde tinha ou não pessoas.
 
Após decidir que iria andar um pouco, Kuroka, que ainda estava em seu modo Nekoshou Nvl2, sente uma grande massa de aura ofensiva chegando à cidade, quando presta uma melhor atenção no local, mesmo que era fim de tarde, já que ela estava num local escuro não diferiu o tempo que passou dentro da sala e já foi terminar já quase a noite, não era para estar com nuvens tão escuras, então a mesma usou de sua velocidade extra para ir de encontro com essa massa de aura ofensiva, para ela seriam demônios, mas não era apenas isso... Eram demônios de nível alto.
 
Chegando perto de uma grande luz rubra, Kuroka levantou a cabeça e viu um demônio, um garoto de cabelos de cor vermelha, com a roupa da academia de Kuoh, voando e olhando para o circulo mágico com uma espécie de rosto enjoado. Logo após a mesma virou seu olhar e encontrou dois olhares familiares e então ouviu a citação do garoto demônio.
 
- Vocês... São os Youkais do meu pai, correto? O que fazem aqui? Já sou o que ele quer, então por que continua a mandar vocês? –
 
Ouvindo isso, o coração de Kuroka parou por um momento, mas logo a garota recobrou a si, quando uma voz feminina e familiar soou forte:
 
- Somos sim, seus pawns. Só queremos dizer a você, que não estamos aqui para evoluí-lo ou algo parecido, seu pai apenas quer uma luta contra seus servos. Um Rating Game. Não contra ele, é óbvio, mas contra alguém escolhido por ele. –
 
- Meu pai é louco. Só pode ser. Ele acha que eu tenho peças o suficiente para isso? Apenas tenho um Knight e uma Rook, que por sinal também é uma Youkai, assim como vocês uma Nekoshou, não é este o nome? –
 
As palavras gelaram Kuroka e isso fez a mesma saltar, chamando a atenção, tanto do garoto demônio, quanto das projeções dos Youkais. Quando alcançou um ponto alto o suficiente, para ser vista. Kuroka jogou seus cabelos para trás e decidiu falar.
 
- Vocês... estão vivos. Mãe, Pai. -
 
- Kuroka? Filha? É você mesma? -
 
- Sim. É ela, veja as caudas negras. Não existem Nekoshous negros além dela. Filha, o que faz nesta cidade?-
 
Kuroka ficou assustada com a falta de emoção de sua mãe, parecia que não estava feliz em vê-la. Isso causou ódio em Kuroka e a fez voar na projeção de sua mãe, mas nesse momento, o garoto demônio, usando grande velocidade, passou por ela e segurou-a no braço, antes que a gravidade fizesse seu trabalho.
 
- Cuidado Youkaizinha. Ou irá acabar morrendo, antes do necessário. -
 
- Niklaus! Ai está. Minha filha Kuroka Toujou, ela é uma Youkai, Nekoshou pura. Ela daria uma boa peça. Bem, só aviso que as ordens do seu são que daqui a dois dias alguém irá te avaliar e depois irá marcar o Rating Game. Adeus. E Adeus Kuroka. - Falou, ainda sem emoção e fechou o circulo mágico.
 
Kuroka estava em ódio puro, chegou a gritar e espernear, até cair em processo de desilusão. Ela que sempre pensou em seu pai como um monstro, mas na realidade sua mãe que era o monstro. E ela iria desapegar deste monstro, por completa. Antes que estivesse fora de alcance em seus pensamentos, Kuroka foi clamada de volta a realidade, por Niklaus.
 
- Ei garota. Isso que esta mulher disse é verdade? Bom, que você é uma Youkai negra e linda é verdade, mas você é realmente filha deles? – Não obteve resposta, a garota apenas se soltou dele e voltou ao teto do prédio onde estava. Mas ele insistiu: - Ei! Espera! Não quer se juntar ao meu Pee—
 
- Nunca! Odiava demônios, mas agora odeio minha mãe. E como sua serva teria de vê-la, mas não quero isso. E não irei virar demônio. E se quiser uma luta, vamos logo com isso. –
 
Sem perder tempo, Kuroka liberou toda sua aura arroxeada e, com todo seu glamour, demonstrou suas caudas e orelhas negras, após isso suas garras e por fim seus olhos, o que fez Niklaus parar e apenas balançar a cabeça e sem dar mais nenhum movimento, Kuroka saltou com toda a velocidade possível e por fim sumiu no caminho para o bosque. Ela estava exausta de tudo aquilo, mas agora o foco dela era ficar forte, então a mesma iria batalhar por isso com toda sua força.